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Era de excessos versus era de limites





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Por: Jairo Martins

As ferramentas de trabalho, as ações de marketing e os processos de inovação, até pouco tempo, estavam ligados à revolução industrial, na busca por produção e comercialização, sem que houvesse preocupação com as consequências do seu uso, considerando um cenário de recursos ilimitados. Estávamos em uma era de excessos.

Hoje vivenciamos uma fase de transição rumo a uma nova realidade. Após a década de 90, entramos em um processo de conscientização para os conceitos de sustentabilidade, porém, ela ainda é praticada de uma forma cosmética, “de fachada”, sem mudança de atitudes que realmente lidam de forma adequada com uma eminente escassez de recursos naturais, como água, por exemplo.

Estamos em um período de atitudes conscientes, mas com a utilização de ferramentas e conceitos antigos. Exemplo disso é a medida do desenvolvimento econômico pela fórmula anacrônica do PIB, cunhada no pós-guerra, que se baseia na produção utilizando os recursos existentes, sem avaliar o impacto ambiental e social que esse aumento da riqueza dos países pode proporcionar. É fundamental uma discussão entre lideranças para conduzir um real processo de transformação no mundo. É impossível não se questionar por que convivemos com tantas coisas que não queremos, como trânsito, desmatamento, corrupção e poluição. Continuamos agindo de forma imediatista, sem refletir como as atitudes podem influenciar o futuro e sem considerar que os recursos são limitados. O ter prevalece sobre o ser! Muitas pessoas medem seu sucesso contabilizando o que possuem e não suas virtudes e caráter. Poucos se deram conta de que já estamos em uma era de limites.

A inovação de um produto ou tecnologia, muitas vezes, não considera a necessidade e sim, o consumismo e a ostentação. Exemplos, temos muitos, como a criação constante de novos modelos de smartphones, eletrodomésticos, carros e tantos outros produtos que são parcialmente utilizados e rapidamente tornados obsoletos mesmo ainda sendo úteis. Quase sempre, ou na maioria das vezes, o impacto na natureza não é levado em conta. Falamos em consumo responsável, mas não identificamos a contrapartida das empresas, que seria uma oferta também responsável. Muitas vezes, as organizações investem em novos produtos para aumentar as vendas e acabam impactando o coletivo negativamente. Isso sem contar a não análise do impacto ambiental e os apelos enganosos das propagandas nos meios de comunicação.

Como transformar essa realidade? A receita existe, apenas precisa estar na agenda das organizações. Para tanto, a gestão racional dos recursos naturais é imprescindível: procuremos reutilizar e reclicar sempre que possível adotando processos eficientes e eliminando desperdícios e retrabalhos. Para isso, cada vez mais, precisamos de lideranças éticas e transformadoras – seja no governo, nas organizações públicas e privadas, no terceiro setor, na sociedade em geral e, não menos importante, no próprio cidadão –, conscientes, que pratiquem o discurso e envolvam os outros nessa quebra de modelo mental tão obsoleto e não mais adequado à realidade de hoje.

Outro ponto primordial para a transformação é o investimento na educação de base, desde a infância, para que vejamos pessoas conscientes da importância de simples atos, como colocar lixo do que consumiu no bolso, se não há cestos de lixo nas ruas ou nas praias, por exemplo. São atitudes como essa que permitirão que saiamos de um sistema ego-cêntrico e atinjamos um sistema eco-cêntrico, no qual todos lutam por um planeta mais saudável e sustentável no presente e no futuro.

Por fim, as organizações, devido à capacidade de gerar empregos, são parte fundamental dessa transformação e podem fazer a diferença que tanto precisamos na sociedade. A começar por uma gestão responsável e ética, que utilize melhor os recursos, que invista e inove com consciência e que cuide dos seus colaboradores. Cada vez mais precisamos que a discussão seja usada como catalisador do processo de transformação, procurando formas mais eficazes de reduzir as desigualdades e estimular o desenvolvimento econômico e social do nosso planeta.

FONTE: http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/era-de-excessos-versus-era-de-limites/78940/